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Os jogos de RPG possuem uma grande variedade de modelos. Na verdade, os RPGs são jogos tão abrangentes que muitas vezes é difícil definir até que ponto certas variantes poderiam ou não ser classificadas em um mesmo grupo. No entanto, o básico do RPG é um jogo de interpretação de personagem aonde existe um desenvolvimento tanto do personagem como da história. Com esse conceito básico já definido, podemos então descrever as suas variantes, que de tão distintas poderiam ser classificadas como “tipos” de RPGs. Alguns estão mais ligados à origem do jogo, outros surgiram com o crescimento dos jogos de videogame e da internet. Veja a seguir as várias formas deste jogo:

 

  • RPG de Mesa (tradicional): O RPG com livros, dados, lápis e papel. O primeiro RPG foi Dungeons & Dragons em 1974 nos Estados Unidos. No Brasil o jogo chegou em meados de 1993, através da fabricante de brinquedos Grow, que vendia uma caixa com fichário, manual de instruções, dados multifacetados e tabuleiro. Apesar do grande volume de lançamentos, o RPG ainda é um passatempo relativamente desconhecido e com um público restrito. Por isso, hoje você encontra os livros com as regras principalmente em grandes livrarias e os dados multifacetados em lojas especializadas e gibiterias.

 

  • Aventura Solo: Nesse tipo de jogo é apresentada uma aventura em um livro ou site, na qual o jogador segue um roteiro diante das possibilidades oferecidas. Em geral, é uma versão simplificada do RPG tradicional. Em muitas aventuras solo você constrói um personagem assim como faria em um jogo comum. A diferença é que não existe uma interação com outros jogadores, por isso, os resultados de suas ações são descritos no próprio livro (ou site). O livro prossegue como uma história comum, até o momento aonde ele permite uma escolha ao personagem -como virar a direita ou a esquerda-. Ao fazer sua opção, o jogador é indicado a pular as páginas até uma página específica, aonde estarão descritos os acontecimentos posteriores. É uma narração não-linear, porém de fácil aprendizado.

 

  • Live Action ou LARP (Live Action Role-playing): Ao invés de rolar dados numa mesa, cada jogador realmente interpreta um personagem como um ator. O estilo lembra muito uma peça teatral, embora não exista um roteiro a se seguir, o jogador improvisa as falas e interpreta as cenas durante todo o jogo. Além disso, é muito comum os jogadores se vestirem a caráter, com roupas medievais ou num estilo mais gótico (dependendo do cenário do jogo) de forma a criar um ambiente de maior realismo, assim como no teatro. Mesmo com tanta liberdade para os textos e ações, ainda há um Narrador, que atua como um diretor, que organiza e aplica as regras do jogo, para o bom desenrolar da história.

 

  • RPG Online: Com o crescimento da comunidade RPGista na internet, muitas formas de jogo foram apresentadas aos jogadores, mas nenhuma simula tão bem o jogo tradicional como o RPG Online. Nessa forma de jogo, os jogadores se encontram na net através de programas de Mensagens Instantâneas (como Facebook, Skype, entre outros) e usam um software que apresenta as fichas, dados entre outros recursos para simular o jogo. De forma geral, os sistemas de regras usados são os mesmos do RPG tradicional, só a forma de se reunir os amigos é que muda. O software mais utilizado é o RRPG.

 

  • Pbem (Play by E-Mail): Jogos por E-Mail. Nesse estilo de jogo é criado um grupo no qual todos os participantes inscritos recebam as mensagens com a história do jogo. O Narrador manda a situação em que os personagens se encontram baseado em suas decisões, então os jogadores mandam as respostas dizendo o que seus personagens fazem diante dos desafios propostos. Ao receber essas mensagens o narrador analisa cada resposta, então pensa no que acontecerá e manda uma nova mensagem para os jogadores. E esse ciclo se repete indefinidamente. A melhor maneira de realizar um jogo desses é criando uma lista no MSN groups ou Yahoo Groups.

 

  • PbF (Play by Fórum): Mais um estilo de jogo pela internet. Em Jogos por Fóruns, os jogadores se inscrevem num fórum e o jogo rola no mesmo esquema do PBeM, o Narrador posta a ação e os jogadores postam as reações. Esse tipo de jogo é um pouco mais lento, porém produz textos mais elaborados, criando ao fim uma grande história que já estará registrada e disponível para todos; sendo esta a principal diferença do PBeM. Existem outros tipos de PBeM, como de Jornada nas Estrelas.

 

  • MMORPG: Massively Multiplayer Online Role Playing Game é um termo em inglês para RPG online para múltiplos jogadores. É um mundo virtual no qual você pode interagir com milhares de jogadores em tempo real, esse estilo de jogo vem ganhando cada vez mais adeptos no mundo todo, e no Brasil é uma das atrações mais procuradas em lan houses. Cada jogador acessa um servidor onde encontra muitas outras pessoas, com quem podem se comunicar, fazer trocas, negociações; tudo isso a fim de conseguir as melhores espadas, escudos, elmos, etc. Todo esse equipamento é procurado para que os personagens possam enfrentar monstros de todo tipo, ficando assim mais fortes. O mais antigo MMORPG é o Tibia, existente desde 1995, contudo no Brasil outros MMORPG vem conquistando muitos fãs, como Ragnarok, que foi um dos mais populares a usar o estilo manga, o coreano Grand Chase Chaos, o britânico RuneScape, o famoso World of Warcraft e o atual Guild Wars 2.

 

  • RPG Eletrônico: Esses são os jogos de videogame, grandes títulos fizeram uma legião de fãs nos últimos anos, tais como Final Fantasy, The Elder Scrolls, Fallout, entre tantos outros. Esses jogos possuem algumas características em comum que fazem deles RPGs: interação com outros personagens na história. Além disso são típicos jogos de fantasia medieval onde os personagens ficam mais fortes ao derrotar os inimigos. Recentemente alguns jogos em cenários modernos vêm sendo classificados como jogos com elementos de RPG, tal como os famoso GTA, por terem um enredo e uma representação de um personagem. Também são jogos que você pode crescer e melhorar seu personagem nos jogos. E é também uma mistura de eras medievais com monstros, magias e armas místicas dos personagens. O RPG basicamente possui personagens tais como mago, guerreiro e arqueiro, hoje em dia há outras classes como Paladino, Gladiador, Bárbaro, Necromante, Sacerdote e Caçadores.

 

 

SISTEMAS DE RPG

 

O RPG, em sua essência, é um jogo de interpretação, com o objetivo de divertir àqueles que participam. A aventura pode ser passada em qualquer ambiente - medieval, futurístico, espacial -, de acordo com o que o grupo quiser. Porém, existem diversos Sistemas de RPG, conjuntos distintos de regras e ideias, sendo que o grupo de RPG deve adotar um ou mais para usarem de base em suas aventuras.

Sistemas de RPG existem aos montes, mas a maioria são apenas variações de outros. Porém, três deles são principais, por terem lançados os estilos que outros sistemas futuros adotariam - e por isso são aos mais jogados do mundo. A seguir explicarei como funcionam todos os principais sistemas de RPG existentes, suas vantagens e desvantagens.

 

OS 3 MELHORES SISTEMAS:

 

- AD&D (Advanced Dungeons & Dragons): Versão melhorada do já inexistente Dungeons & Dragons, o RPG mais antigo do mundo (1974). Criado pela TSR, o AD&D é um marco entre os RPG; existe até os dias de hoje, sendo um dos mais jogados em nível mundial. O AD&D é um jogo de fantasia medieval. É tão rico em ideias e suplementos que lançou a ideia de que RPG é algo medieval. Isto porque ele é provavelmente o sistema com mais suplementos espalhados pelo mundo (com certeza mais de duzentos).

AD&D não é um jogo fácil de se aprender. As regras são incontáveis, e existem centenas e centenas de tabelas - rolar os dados e consultar tabelas são constantes neste sistema de RPG. Porém, são regras eficientes; o AD&D é que criou coisas primordiais nos RPG, e que são até utilizadas em jogos de vídeo games, como Pontos de Experiência, Aumento de Nível, etc. Porém, o grande ponto fraco é esse: o sistema peca em realidade - um personagem de nível elevado não morre com um único golpe, mesmo se for pelas costas ou enquanto dorme! A interpretação, apesar de existir, não é o mais exigido dos jogadores.

Em resumo, pode-se dizer que o AD&D é um jogo irreal, com muitas regras inflexíveis - mas é, com certeza, um dos mais divertidos que existem. Jogadores destes sistemas possuem muitos suplementos para desfrutarem - infelizmente, quase nenhum em Português. A Abril Jovem fez um péssimo trabalho traduzindo este sistema, e acabou então vendendo os direitos de tradução para a Devir.

 

- GURPS (General Universal Role Playing System): O sistema já traz em seu nome sua proposta: ao invés de criar um sistema todo voltado para um ambiente (ex.: o AD&D é todo medieval), por que não criar um sistema onde o jogador precisaria saber apenas as regras básicas, e então escolhe qual ambiente quer jogar? Criado por Steve Jackson, no GURPS você adquire o Módulo Básico, com as regras essenciais do jogo, e depois compra o suplemento do ambiente que deseja: medieval, futurístico, fantasia… Os suplementos são muitos; dentre eles podemos destacar GURPS Fantasy (cenário de fantasia medieval), GURPS Supers (para criar e jogar com super-heróis), GURPS Cyberpunk (ambiente de um futuro dark), GURPS Horror (cenário de mistério e terror) e muitos outros.

Esta é a grande vantagem do GURPS. Foi ele, também, que institui o padrão de distribuição de pontos na criação de personagens - diferente de outros RPGs, como o AD&D, onde os personagens são criados na sorte nos dados. Mas ao mesmo tempo este é o grande empecilho, e alvo de muitas críticas: GURPS é, provavelmente, o sistema mais difícil de se aprender e jogar - números, dados e cálculos são inevitáveis neste jogo, o que inevitavelmente acaba tornando as partidas de RPG mais lentas. Mesmo assim, é um ótimo sistema. Traduzido pela Devir.

 

- Vampiro (Storyteller): Até alguns anos atrás, os sistemas de RPGs davam ênfase apenas a regras, tabelas e números - muitas vezes esquecendo de explorar a interpretação, o clima, o ambiente. Foi então que surgiu a linha de jogos Storyteller, criada por Mark Rein Hagen: aqui, as regras ficam em segundo plano.

São vários sistemas, todos com quase as mesmas regras; mas o grande sucesso desta linha é Vampiro: A Máscara. Neste jogo, bem como todos da linhagem Storyteller, o que vale é o esforço do jogador na interpretação do personagem, tudo passado em ambientes ricos, pesados, com um grande clima e tensão. Regras? São poucas e confusas, pois muitos dados e jogadas são necessário - mas regras são a parte menos enfatizadas pelo livro. E é isso que acaba tornando-se o ponto fraco deste sistema: regras de combate, por exemplo, são muito mal elaboradas.

Talvez por exigir mais de seus jogadores - devem atuar mais do que jogar dados - é que esta linha de jogos fez tanto sucesso. Também traduzido pela Devir, nem tantos suplementos traduzidos quanto a gente gostaria de ter.

 

OUTROS SISTEMAS DE RPG:

 

Aventuras Fantásticas: O primeiro RPG traduzido no Brasil. Foi o que “introduziu” os brasileiros ao RPG, pois suas regras simples e sem complicações mostravam sem rodeios o que é e como funciona o RPG. Porém atualmente, já saiu de linha, com a entrada maciça dos grandes RPG no Brasil. Mas continua sendo a melhor opção para os que desejam aprender RPG do zero.

 

Lobsomem: O Apocalipse: Outro da linha Storyteller, também bastante difundido aqui no Brasil - mas que não fez tanto sucesso quanto Vampiro. Talvez por que Lobisomem: O Apocalipse possua muitos combates e menos interpretação, o que é ruim para jogos desta linha; regras de Storyteller são péssimas para combate, e Lobisomem exige muito disso.

 

Mago: A Ascensão: Mais um da linha Storyteller, o último a ser traduzido para o português. Também é um dos menos difundidos, embora seja um bom sistema.

 

Só Aventuras: Linha de jogos de RPG lançada pelos autores da única revista brasileira que trata sobre RPG: A Dragão Brasil. Tal série de jogos incluem três: Invasão, que trata sobre invasões aliens em nosso planeta; Arkanun, RPG medieval, mas numa visão menos florida; e Trevas, jogo de terror contemporâneo. Todos são baratos e razoavelmente fáceis de se aprender. Enfatizam a interpretação e ambientação, seguindo o estilo Storyteller.

 

Defensores De Tóquio: Atualmente conhecido como 3D&T, também de criação de redator da Dragão Brasil, é inovador: um jogo parodiando e escrachando heróis de seriados japoneses. Do tamanho e preço de uma revista, um RPG cômico bem simples de aprender e jogar.

 

Toon: Mais ou menos como o anterior, em Toon você joga com um personagem de desenho animado - e por isso as regras são inusitadas - um desenho não “morre”, por exemplo. Já traduzido em português.

 

Paranoia: Mais um RPG de comédia. Aqui, vive-se em mundo louco - somente jogando você entenderá: os cidadãos do Complexo Alfa são classificados por níveis; deve-se ser sempre feliz - contrariar isso é morte. Uma loucura cômica de bom gosto.

 

Shadowrun: O mais clássico dos RPGs estilo cyberpunk. As regras do sistema são fáceis e ideais para este tipo de cenário. O ambiente de Shadowrun já é bem conhecido pelos admiradores do estilo Cyberpunk.

 

RPGs Brasileiros: Estão nesta lista Tagmar (jogo de fantasia medieval), O Desafio dos Bandeirantes (jogo que trata da história do Brasil), Milenia (jogo futurístico), Monstros (você não joga como heróis, e sim como um monstro, literalmente) e Era do Caos (o mais recente, e que obedece a nova tendência Storyteller).

Todos têm dificuldade em serem difundidos, devido a uma aversão dos brasileiros por RPGs nacionais - quadro esse que aos poucos vai se revertendo, com a demonstração do talento rpgístico brasileiro.

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