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† A Névoa Negra, Escárnios - parte II


Eu estava diante de algo que desconhecia totalmente, Embora sua aparência fosse a mesma.

Tentei lhe trazer lembranças de nós dois, A fim de que pudesse sensibilizá-la e trazê-la de volta. Mas nada, absolutamente nada tocava o coração daquele ser, Isto é, se existisse um.

Ajoelhei-me aos seus pés, implorei que te a trouxesse de volta Eu me submeteria a qualquer coisa. Ela abaixou sua cabeça com desdém e riu de meu estado precário, rendido aos seus pés.

Acusou-me de coisas que dos quais eu não compreendia.

- Veja como é bom provocar a dor nos outros! Ela dizia ironicamente. Completamente tomada pelo ódio, e pelo sentimento de vingança.

Não demorou para que diversos curiosos começassem a se aproximar e observar. Alguns riam em ver o nosso trágico fim, outros poucos se compadeciam com a cena lamentável, Enquanto outros pousavam as mãos sob a boca, sem acreditar.

Ela caminhou alguns passos, aproximou-se de um dos homens que assistia na plateia, O seduzia, enroscando seu corpo ao dele, sem tirar seus olhos de mim, e aquele riso sarcástico. Sorria em ver minhas lágrimas de sangue caírem copiosamente ao chão.

Foi uma cena vexaminosa, a multidão estava em alvoroço.

Ainda implorei uma última vez:

- Pare, por favor! Está me machucando, não faça isso conosco...

Era inútil. Ela não me dava ouvidos. Ela continuava com outro, e outros homens ao seu redor. E com suas palavras que doíam mais que qualquer cimitarra.

Levantei-me do chão com tamanha dificuldade, tudo a minha volta era turvo, eu estava enfraquecido, desorientado e indignado. Ainda tentei lutar com o pouco de forças que eu tinha tentando lhe fazer ver o erro que estava cometendo,

Mas ela estava cega de raiva.

- Não percebes que essa não é você!? Não seja ridícula! Pare! Disse algumas palavras de ordem sobre minha Cria. A fim de que pudesse freia-la.

Em outra ação, ela pôs na boca o dedo anelar, retirando entre os dentes o símbolo de nossa aliança eterna, e a cuspiu no chão próximo a mim. Eu não tive reação, já me encontrava anestesiado.

Fechei meus olhos por alguns segundos e consenti que este era o nosso destino. Dei as costas e caminhei com dificuldade para fora da roda de curiosos, e parti.

Vaguei noites e noites, sem rumo, sem destino. Definhei. Desfalecia em qualquer celeiro ou casebre abandonado, sem nenhum cuidado de que pudessem me descobrir. E continuava a caminhar pela escuridão, e a adormecer quando era próximo do dia raiar.

Acordava assustado com diversos flashs daquela cena, foi quando tive as Revelações.

Pensava comigo mesmo se aquilo pudesse ser uma possessão demoníaca de fato,

Um pesadelo passageiro,

Se eu pudesse ser o provocador da Névoa Negra.

E se fosse essa a outra face de quem ela realmente era? Se sua personalidade havia mudado tanto.

Esta foi a última vez que a vi pessoalmente.

No entanto, à uma certa distância e com o passar do tempo, pude perceber muitas coisas,

Resolvi parar de me atormentar e me auto chicotear.

Nossa aliança eu não retirei do dedo,

Segui, como haveria de ser.

Guardando no interior dos meus pensamentos aqueles momentos que passamos juntos.

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