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Magia, Bruxaria e a Igreja Medieval (Realizada em: 22/11/19)

A Idade Média foi um período complexo, uma sociedade em transformação social e intelectual, dinâmica e variada. As crenças medievais refletiam esta diversidade. O Cristianismo coexistiu com as antigas crenças tradicionais, assimilando ou extinguindo, manipulando ou transformando. É difícil traçar a linha divisória entre magia e religião na maioria das sociedades antigas, e é igualmente difícil traçá-la na Igreja Medieval.

Não existem povos sem religião ou magia. A magia assenta na confiança que o homem tem no poder de controlar diretamente a natureza ou as circunstâncias, se conhecer as leis que a regem magicamente. A religião é o reconhecimento da impotência humana em determinados aspectos e eleva o homem acima do nível mágico. Quando a Igreja se espalhou pela Europa, e à medida que consolidava o seu poder, ela deparou-se com um mundo repleto de crenças ancestrais. Assim, a Igreja teve de se bater em campo aberto contra deuses antigos, feitiçaria, curas pela magia, astrologia, adivinhação, antigas profecias, fadas, duendes e fantasmas. Crenças que tal como a Igreja, e rivalizando com ela, ofereciam explicações para o infortúnio e meios de compensação em momentos de adversidade. Ela tentou opor-se à magia popular, fornecendo um sistema rival de magia eclesiástica.

O culto das fontes, árvores e pedras, as festividades pagãs, os ritos de fertilidade, não foram abolidos, mas modificados, associando-os a um santo, em vez de uma divindade. As cerimónias desaprovadas pela Igreja eram supersticiosas, as aceites não o eram. A Igreja não negava a interação com o sobrenatural, mas ressaltava que tal ação só poderia proceder de duas fontes: Deus ou o Diabo.

Os termos : magos, feiticeiros/as, curandeiros/as das aldeias, encantadores, esconjuradores ou bruxas, não eram bem definidos. As categorias sobrepunham-se muitas vezes, e para a maioria das pessoas todos os géneros de atividades mágicas eram designados sob o título abrangente de bruxaria. No entanto, acreditava-se que a bruxa, ao contrário dos outros praticantes de magia (curandeiros, magos encantadores, etc), não necessitava, a não ser que o desejasse, de nenhum tipo de feitiço físico, de nenhum tipo de manipulação, porque o poder estava dentro dela.

Só no final da Idade Média aparece um novo elemento que vem alterar significativamente o conceito europeu de bruxaria: a noção de que a bruxa tinha poderes devido a um pacto explícito e consciente com o Diabo. Foi concebida a noção da adoração do Diabo, que implicava o sabá, ou reunião noturna, em que as bruxas se juntavam para adorar o seu senhor e copular com ele. Os teólogos da Igreja criaram rapidamente uma ampla literatura de demonologia onde analisavam e definiam comportamentos suspeitos e estabeleciam procedimentos a seguir para a deteção, denúncia e julgamento de bruxas. A perseguição sistemática à feitiçaria e às bruxas, como adoradoras do Diabo, foi amplamente intensificada e milhares de mulheres foram mortas, acusadas de bruxaria, na Europa.


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