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Crise de Identidade

Depois de saciar minha fome, de saciar-me com o sangue daquele ser, fui recobrando minha consciência aos poucos. Flashes de memórias passadas se ascenderam em minha mente, lembrando-me de quem eu era, quem eu fui. Memórias de minha infância, de minha mãe, do que me aconteceu, memórias do meu senhor, meu amado que estava logo atrás de mim. Olhei para as minhas mãos, estavam cobertas de sangue, da minha boca ainda escorria a vida daquele que me dessedentou. Fiquei observando-o por um momento, quando então, dei-me conta do que fiz. Eu o matei. Não matei da forma como matava antes, não matei pra me defender ou por vingança, ele não me fez nada, eu nem ao menos o conhecia...matei por fome. Fome essa que deixou-me fora de si. Assustada, joguei meu corpo para trás, tomando uma certa distância daquele corpo gélido. Sentada no chão, olhei para o meu senhor que se aproximava com leves passos, abaixou-se calmamente de fronte a essa figura irreconhecível fixando seu olhar nos meus. Lancei-me em seus braços e chorei, chorei como uma criança inconsolável. Ele, com muito cuidado afagou meus cabelos, olhando para o nada franzia sua testa com aquele semblante de pesar que carrega consigo desde o momento do abraço. Lembrei-me de suas palavras ditas antes do Abraço, de seus ensinamentos direcionados a mim. Por mais que ele houvesse dito-me de como seria, nada, absolutamente nada é igual a experiência de sentir na pele a minha nova existência. Sei que meu alimento de agora em diante será este que um dia circulou em minhas veias, que um dia me fornecera a vida...Mas, eu não sabia que seria tão difícil controlar a besta. Preciso conseguir, preciso me concentrar nos meus desígnios, pois, agora tenho um propósito maior, um longo caminho a trilhar até alcançar aquilo que um dia fora deixado em minhas mãos, até chegar onde ela, minha mãe chegou, no alto grau da Necromancia.


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