O Despertar
"A morte estava ali, se fazia presente no meu corpo em toda sua forma soturna".
Abri meus olhos morosamente, me vi cercada por trevas. A escuridão era tanta que se tornara impossível focar em algo que pudesse orientar-me sobre o lugar em que estava. Devagar, comecei a mexer meus braços que se esbarraram em paredes de madeira, tão logo, limitando meu espaço. O desespero tomou conta de meu ser quando dei por mim que estava presa em um caixão. Minhas mãos apalparam mais que ligeiramente as paredes que me envolviam, numa tentativa drástica de encontrar uma saída. Todas as buscas foram em vão. Precisei manter a calma: relaxei meu corpo enrijecido e por força do hábito, respirei fundo. Foi quando notei, naquele instante, o ar em meus pulmões era inexistente. Em seguida, notei que as batidas do meu coração já não subsistiam, não se estendiam mais pelas minhas veias carreando o sangue. Sim, eu estava morta. Como compreender? Morrer e continuar tão viva quanto antes?
