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Xamanismo (Realizada em: 10/03/16)


xamanismo

A ancestral tradição Xamânica consiste na entrada do indivíduo em estados alterados de consciência, para visitar outros níveis de realidade, a partir dos quais ele possa extrair ensinamentos, curas e visões para sua comunidade.

O Xamanismo teve origem no período Paleolítico (sendo considerado o primeiro registro da manifestação religiosa), e é encontrado nas raízes de muitas das principais religiões do mundo e em facções de muitas outras.

A palavra Xamâ (ou saman) vem do povo Tungus, da Sibéria, e significa “aquele que sabe”. Outras definições para sua tradução seriam feiticeiros, médico-feiticeiros, magos, curandeiros e pajés.

Os xamanistas são adeptos do transe, um estado alterado e de êxtase no qual acreditam deixar seus corpos, subindo ao céu em um “voo mágico” ou descendo ao submundo – eles viajam por todas as esferas para se encontrar com os ancestrais e comungar os espíritos da natureza.

O xamanismo pode ser dividido em dois segmentos. O Xamanismo Tradicional - que segue as tradições nativas, e o Neo-Xamanismo que adapta a essência com práticas terapêuticas e de linhas diversas numa realidade urbana. O xamanismo mistura práticas de cura de ancestrais primitivos e indígenas ao redor do mundo.

Mas os seguidores do xamanismo costumam usar o conceito de Xamanismo Universal, que une o xamanismo tradicional e o neo-xamanismo num só movimento para uma " Nova Consciência".

Muitos xamãs, inclusive no Peru, rezam para Cristo e aceitam que Jesus foi um Xamã Iluminado. Podemos numa abordagem mais abrangente dizer que a Doutrina Santo Daime é um xamanismo cristão, assim como a Native American Church nos EUA, a Umbanda, a União do Vegetal, a Barquinha, o Catimbó, os cerimoniais com cogumelos de Maria Sabina, e outros. Existem traços do xamanismo em todas as religiões: no Budismo Tibetano, no Judaísmo, no Tantrismo, no Cristianismo.

- O Chamado (a iniciação de um xamã)

Os Xamãs podem herdar suas tarefas, mas experimentam com mais frequência uma vocação espontânea para a qual são chamados ou escolhidos pela natureza. O chamado xamânico em si é uma ocorrência simbólica.

Geralmente, um iniciante é chamado por uma experiência próxima da morte, como ser atingido por um raio, se afogar ou sobreviver a uma doença fatal. Alguns tem uma experiência de desmembramento, lúcida como um sonho, onde, metaforicamente morrem e depois renascem.

Outros Xamãs podem ser “chamados” através do encontro com um ser divino ou semi-divino em um sonho. Em geral, essas imagens dos sonhos são os ancestrais do xamã o informando que ele foi o escolhido. Alguns xamãs possuem esposas celestiais, por quem são chamados para seu caminho.

Enfrentar sua própria morte ou fazer uma jornada para a morte é um símbolo poderoso de habilidade xamânica em transcender o “eu” cotidiano e viver de modo impecável diante dos ataques dos desafios da vida.

Dizem que alguns guerreiros xamânicos se tornaram tão concentrados que podem andar uma extensão de fogo sem nenhum dano. Psicologicamente, o caminho da morte é a habilidade de suprimir a história e identidade pessoais, portanto, não há nada a ser atacado.

- Projeção Espiritual

Dizem que o xamã é capaz de fazer um voo mágico em forma de animal ou como um espírito desligado do corpo. Dessa forma, podem voar sobre o universo fazendo uma ponte entre a Terra e os céus; muitos símbolos refletem tal fato. As pinturas paleolíticas e artes relacionadas ao xamanismo, refletem claramente esse “poder” de “projeção astral”.

- O elemento indispensável para o xamã é o Tambor

O tambor é utilizado para induzir um transe xamânico, o tambor possui um significado simbólico particular como um instrumento para entrar em estados alterados ou em outros mundos. O ritmo repetitivo tocado no tambor e, algumas vezes, em chocalhos ou outros instrumentos, bloqueia outras informações sensoriais, possibilitando que o xamã entre em um estado diferente de consciência.

As batidas de tambor podem ser associadas a cânticos/mantras entoados na hora que, por exemplo, o xamã estiver fazer um atendimento de cura, o tambor neste caso tem a função de permitir ao xamã adentrar pelos mundos e saber a causa do sofrimento do enfermo.

A batida do tambor se relaciona ao som primitivo algumas vezes considerado como os batimentos do coração da Terra. Em todas as culturas Xamânicas, o tambor é o símbolo do relacionamento entre o mundo superior, frequentemente associado com o masculino, e o submundo (ou ventre), associado ao feminino.

Outros elementos da natureza também estão inseridos no altar do xamã para conectar-se com os mundos, elementos que representam o fogo, terra, ar, água, e o divino. Então elementos como velas, incensos, madeira, ervas, penas, vasilhames de água, fontes e cristais, são representações das formas criadoras do astral, produto da psique arquetípica.

Estes elementos proporcionam não só visualização, como também criam uma atmosfera sagrada. São oriundos do espírito humano, são eternos. Criam as condições necessárias para entrar num mundo paralelo.

Certos símbolos são muitos similares entre todos os povos. Eles levam a reflexão sobre o pensamento humano.

Estão conscientes de que os carregam, estão presentes em todos os processos da magia na forma de: amuletos, talismãs, fetiches, instrumentos de poder, imagens, pentáculos, mandalas, mosaicos, cruzes e entre outros.

São usados para fins curativos, para expansão da consciência, para equilíbrio psicológico, para meditações, etc. Os símbolos não só proporcionam a visualização, mas sim a experiência que ele simboliza.

Outra forma de utilização de símbolos no xamanismo é a pintura na face, no corpo, as tatuagens.

Em rituais afros costuma-se cruzar tanto as imagens, como guia de contas que simbolizam os Orixás. Os católicos costumam levar suas imagens para o padre benzer estabelecendo um “elo de ligação” entre as imagens e o Princípio Sagrado do Universo. A força de uma imagem está na lembrança, no pensamento que ela acessa em nossa mente. Nos conecta com uma rede de poder, transportando-nos para Esferas Sagradas. É a firmeza no ponto.

- Todo xamã tem um Guia

Um guia ou professor na forma de um ancestral, um xamã falecido, ou um animal ou espírito da natureza, que o auxilia a atingir os estados alterados e sua natureza mais profunda. É através desse relacionamento que o xamã eventualmente encontra seu “eu” duplo ou individualizado.

O xamã pode imitar as atitudes e a voz de um guia animal como modo de compartilhar de suas percepções, dádivas e inteligência.

- Os rituais

Os rituais são diversificados e dependem do lugar em que esta sendo praticado. Todos fundamentam-se nos elementos da natureza (terra, ar, água, vento, fogo e o centro sendo, a sabedoria criadora). Materiais que representam esses elementos são colocados em torno do elemento que representa a sabedoria criadora, todos justificados através dos pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste). Os rituais são feitos em cada lua cheia do mês. Uma vigília acontece e os atendimentos espirituais são realizados, muitos vão agradecer ou pedir coisas.

Prece do Belo Caminho

Hoje sairei a caminhar

Hoje todo mal há de me abandonar

Serei tal como fui antes

Terei uma brisa fresca a percorrer-me o corpo

Terei um corpo leve

Serei feliz para sempre

Nada há de me impedir

Caminho com a beleza à minha frente

Caminho com a beleza atrás de mim

Caminho com a beleza abaixo de mim

Caminho com a beleza acima de mim

Caminho com a beleza ao meu redor

Belas hão de ser minhas palavras

Belas hão de ser minhas palavras

Belas hão de ser minhas palavras

E que os ventos possam limpar o nosso caminho!

Ahoo!

Fontes:

Base do texto Carlos Machado Jr | espiritualizese.com.br

Youtube: Canal Namastê, observareligioes, vozdoselementos

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