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E quanto à nós, cristãos que já fomos um dia. Tolhidos do direito de morrer, de viver no paraíso. Condenados a eternamente viver-morto. Nós conhecemos a morte e seu último estágio, mas a glória da sagrada vida pós-morte nos foi retirado... Quantos séculos se passaram desde a criação. Quantos se foram e fecharam as cortinas da vida protagonizando o seu próprio espetáculo. O escritor famoso, o pintor, o cantor consagrou-se e se eternizou por suas obras. A doença que o apartou do mundo o fez descansar... O sepulcro é o nosso destino consciente eterno, ficamos paralisados no calvário, não ascendemos ao céu, não silenciamos, não descansamos. O que há lá do outro lado do túnel? Além dessa escuridão que nos agride a consciência e nos cerca por todos os lados. - Reflexões de um Capadócio, Luz Cappadocius