Civilizações e, O Livro dos Mortos
A morte é o grande mistério da humanidade a terra pra onde todos mortos vão e ninguém volta. Todas as culturas do mundo estudam a morte sabendo que ela chega para todos e que ela é inevitável. Nenhuma consegue desvendar os seus mistérios. Mas algumas dessas culturas dizem ter a resposta desses mistérios. É sobre o Livro dos Mortos que inicio a matéria de Necromancia desse mês. O livro dos mortos é manual para muitas civilizações que acreditavam na vida após a morte. No conteúdo do livro podem ser encontradas coletâneas de feitiços e fórmulas mágicas para fazer a passagem consciente do espírito até o seu próximo renascimento. Nas minhas pesquisas eu descobri três livros dos mortos em diferentes civilizações do planeta. São:
- O Livro dos Mortos Tibetano: Também chamado de Bardo Thodöl, que significa “Libertação através da Escuta” nos ensinamentos tibetanos do guia não somente afirma da existência da vida após a morte, como também ensina que é possível despertar no mundo espiritual e fazer a sua passagem até outro reencarne de forma consciente. O livro foi um texto muito antigo cuja mensagem era oculta, sendo passada do mestre para discípulo por muito tempo, e depois sem registro ela foi aberta para todos. Faz grande referência ao Livro dos Mortos Egípcio. O livro geralmente é lido por um lama em voz alta quando o indivíduo está bem próximo de morrer e continua a ser recitado quando morre. A leitura é feita para ajudar o moribundo ou o morto através dos vários estados de transição no bardo. Neste livro antigo vamos achar escrituras de sabedoria, que conduz a liberdade e a iluminação na hora da morte. Ele também ensina atingir a Clara Luz, que é o estágio luminoso da mente natural que existe em cada um de nós. Eles acreditam que o morto passa três estados da morte ao renascimento através do Bardo da Morte, O Bardo do Dharmata (Realidade) e o Bardo Vir-a-Ser.
Então segundo o livro tibetano dos mortos, lançado pela editora Hemus “O caminho que o recém falecido irá trilhar é composto de três bardos, (significando ‘bar’ entre, e ‘do’ dois, ou seja, o espaço entre os dois mundos, o terreno e o espiritual, algo como o purgatório na concepção cristã). São eles:
Chikhai Bardo (primeiro estágio): o espírito toma consciência de estar agora em um plano superior diferente do terreno, perdendo o contato orgânico com este. Este é o primeiro estágio, onde o espírito é testado pelas divindades pacíficas, tentando desviar o indivíduo de seu caminho rumo ao plano superior. Se o espírito acolhe tais distrações, será forçado a confrontar espíritos mais drásticos, as divindades irritadas.
Chonyid Bardo (segundo estágio): neste segundo estágio, o espírito pode ver a realidade em torno de si, frustrando-se por não mais poder se comunicar com o mundo dos vivos. Seus sentidos humanos são agora sentidos espirituais. O falecido vê, ouve, caminha, etc. através da conexão espiritual. É neste estágio que ele tomará consciência da figura do Senhor da Compaixão, o criador, que na filosofia budista corresponde a Buda, mas podendo ser considerado como Maomé, Jesus, etc. que são considerados senhores de compaixão equivalentes.
Sidpa Bardo (terceiro estágio): o bardo do renascimento. Caso aquele indivíduo tenha tido em vida um comportamento pleno de bondade e compaixão, terá acesso a uma nova vida humana, onde poderá evoluir mais depressa, pois já conhece o caminho que leva ao progresso espiritual. Caso aquele indivíduo não levou uma vida tão iluminada como no primeiro caso, voltará como ser inanimado ou então como um animal. Ao espírito do indivíduo é dada a visão de inúmeros casais em pleno ato sexual, e a ele é dada a possibilidade de escolher em qual casal irá renascer."
- O Livro dos Mortos Egípcio: As escrituras eram enterradas junto aos mortos mumificados ou escritos em ricos ornamentos tipográficos, conhecidos como vinhetas. Os egípcios acreditavam na vida após a morte e para atingir o reino de Osíris (a divindade que para os egípcios é o símbolo do renascimento da alma, e de imortalidade) tinham que obedecer aos rituais contidos neste manual sagrado. Aquele que atingisse o estágio elevado da bem-aventurança seria um espírito santificado. Nem todos os egípcios eram dignos de entrar no reino sagrado, apenas os reis egípcios tinham acesso ao reino de luz, simbolizado pelo deus do sol, Rá, mesmo assim tinham que apresentar provas da justiça praticada sobre a terra em um julgamento no tribunal de Osíris. Somente depois das primeiras dinastias, os trabalhadores mais importantes da corte puderam ter a honra de sobreviver após a morte. O livro dos mortos egípcios continha principalmente preceitos mágicos e orações para esse ritual sagrado. - Necronomicon (no árabe “Al Azif”): Este livro muito falado, e talvez o mais conhecido deles. Contém na sua capa a face de um ser aterrorizante que por vezes pode criar vida, este mesmo ser é o que protege suas páginas.
Este livro provém de um mito fictício criado pelo escritor americano de horror e fantasia H.P. Lovecraft, uma história com grande repercussão durante meados do século 20, onde ocorreram rumores sobre esses manuscritos ocultos e se disseminaram dentre os adeptos do gênero lovecraftiano, segundo as descrições do livro, essas histórias mexeram com a imaginação de milhares de pessoas dando início a uma verdadeira lenda, rompendo as fronteiras entre a ficção e a realidade. O Necronomicon, escrita pelo escritor Donald Tyson, é uma obra criada através do mito criado por Lovecraft, a qual ficou convencionalmente chamada de os “Mitos de Cthulthu”. Neste livro encontramos a história de um necromante de lêmen chamado Abdul Alhazred, que em uma aventura em busca de sabedoria mágica e oculta é conduzido ao deserto despovoado do sul da Arábia, a cidade perdida de Irem, às ruínas da Babilônia, além de lugares e tempos imemoriais, encontra uma miríade de seres detentores de poderes devastadores e desvenda os terríveis segredos da arte da Necromancia. Em sua peregrinação, Abdul descobre que muitas espécies além do gênero humano habitaram a Terra em seus primórdios. Dentre elas estão os Antigos, agentes do caos que apenas aguardam o momento em que as estrelas estejam posicionadas para que seu aterrador domínio sobre a Terra e os seres humanos, dos quais eles teriam sido os verdadeiros criadores, seja resta restabelecido. Neste sentido, o Necronomicon de Tyson mantém-se fiel à herança de Lovecraft, refletindo de modo inigualável a atmosfera de pesadelo que só a mitologia desse mestre de horror é capaz de transmitir.
Para entender melhor deixo os links para assistir o documentário completo exibido pela History Brasil.
O Livro dos Mortos Egípcio
O Livro Tibetano dos Mortos